Processos, termos, estágios, diferentes profissionais... os aspectos de uma gravação podem parecer confusos para quem está gravando pela primeira vez, até mesmo para artistas e músicos experientes, o fato é: estúdio é estúdio e palco é palco. Muitos músicos famosos enfrentaram grandes problemas ao entrar em estúdio pela primeira vez e, como mostra a história, tiveram problemas até mesmo após a fama, produzindo trabalhos que não deram sequência ao sucesso alcançado anteriormente. Obvio que não existe uma resposta simples para a pergunta “porque o sucesso de uma produção depende do processo de criação?” mas é bem lógico se parar para pensar; indiferente do tipo de trabalho, o resultado que é classificado como profissional está ligado diretamente à capacidade, experiência e resultado final, então, vemos alguma lógica ao pensar nos artistas que não se dão bem em estúdio, afinal, palco é palco e estúdio é estúdio.
E como se tornar um bom músico de estúdio? Bom, estudando! Além do conhecimento funcional que obviamente você precisa ter (instrumento, vocal, técnico) é imprescindível conhecer o processo, não existe caminho fácil, experiência só vem com prática e poucas coisas ensinam mais do que fracassos.
Para ajudar quem busca esse conhecimento, eu separei os principais termos e, com palavras simples, defini o que na prática elas significam, no dicionário você certamente vai encontrar outras definições, mas dentro do processo de gravação essas palavras ganham intenções diferentes, por isso mantive a visão do estúdio e (comentei) mais do que expliquei, afinal, o literal você encontra em qualquer lugar mas o objetivo só vem da experiência.
Abaixo segue uma lista com os principais termos e o que eu penso sobre eles durante a produção.
Conceito: É o tema, jeito, fluxo, aura, sentido, ideia.
Melodia: complexa ou simples? Rica ou pobre?
Ritmo: Conflitos, execução, conformidade, diferentes dinâmicas
Harmonia: Identidade da música.
Letra: Criticar não faz bem a saúde... sempre casar o arranjo a letra.
Arranjo: Vazio ou cheio? Na dúvida, enche e depois remove excessos onde necessários.
Instrumental: Depois de gravado, nunca timbrar, apenas fazer aparecer, pois o timbre do instrumento deve ser definido na captura do mesmo.
Estrutura: Intro, verso, pré refrão, refrão, quebra...
Desempenho: Performance... afinação (ouvido relativo), tempo (sincronismo), técnica, dinâmica, sentimento (nunca se deixe levar pela emoção)
Qualidade dos equipamentos: Domina o Signal flow? Conhece os equipamentos disponíveis? A regra de ouro de um equipamento é, se você não tem certeza absoluta sobre o que um botão faz, não mexa nele.
Mixagem: Pequena parte, porém, inevitável e divisor de águas.
Masterização: Soma de qualidade e padronização para o mercado.
Cristian Dal Solio
CEO Fábrica Sonora